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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Avó #3

Ontem o meu coração saltou um batimento avó, ontem o meu chão desabou. Aquela frase, aquela frase fez com que eu perdesse o chão. Não, não foi a frase, foi a palavra, enfarte. Eu perdi o chão avó, eu perdi o chão quando a minha mãe disse enfarte.
O que é que eu ia fazer sem ti? Por quem é que eu me ia aguentar? Por quem é que eu ia continuar a lutar?
Quando a minha mãe disse aquela palavra tudo o resto perdeu a importância, nada mais importava, nem eu, nem o trabalho, nem o curso, nada importava, só tu. Pela primeira vez senti que tinha ficado sem chão e estava a cair num buraco. E depois aquela força vinda não sei de onde, aquela força que me ensinaste a ter porque tu não me podias ver assim, porque como sempre me disseste eu sou a alegria da tua vida.
E eu tive que me aguentar, por ti, pela mãe, mas por ti, sempre por ti! Se a mulher guerreira não se vai abaixo porque é que eu haveria de ir? Mas o medo avó, o medo foi tão grande. Eu não podia perder o meu abrigo! Eu não podia perder o meu chão! Eu não te podia perder avó!
Quando a minha mãe me pediu para entrar, eu tive medo avó, tive medo do que podia encontrar. Mas engoli o medo e fui. E tu sorriste como se percebesses que eu estava com medo e precisava do teu sorriso para me fazer acalmar.
Preciso de ti avó, vou sempre precisar! Porque tu és o meu sustento, sem ti nada fazia sentido, sem ti as minhas lutas deixavam de fazer sentido.
Se um dia te desiludi, desculpa avó! Se o voltar a fazer, desculpa avó! Faz parte eu sei, mas não quero deixar de ser o teu orgulho! Avó, eu por ti dou a volta ao mundo! Avó, eu por ti faço das tripas coração e faço o que for preciso! Avó, tu és o amor da minha vida!
Sei que não te digo as vezes necessárias, mas amo-te avó, com todas as minhas forças, eu amo-te!

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