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sábado, 12 de maio de 2012

#25

Estou cada vez mais farta destas discussões, sinto que hoje foi a gota de água. Já não conseguia ficar naquela casa, sei que agora vou ter que sofrer as consequências do que fiz e que serão bem piores do que alguma vez foram. Sei que disse coisas que não devia e das quais agora me arrependo, mas tinha que sair. Não podia ficar aqui preso para sempre.
Nos últimos tempos o meu sorriso não tem sido verdadeiramente feliz, apenas serve de fachada para a tristeza que sinto. Já não consigo chorar, o meu choro tornou-se demasiado- superficial? sim, serve- para o que sinto. Dói-me a alma, se é que é possível que me doa a alma. Existe realmente uma alma para me doer? Só sei que me dói algo, algo bem lá no fundo. E dói, dói muito.
Agora só queria uma coisa, queria o colo da minha mãe. Queria o carinho dela, sentir que aos olhos dela ainda sou uma criança. Sentir que ela não quer que eu cresça, quer que eu continue sempre a menina que brincava na terra. Mas sou demasiado forte para o admitir e demasiado fraca para ouvir a resposta.
O meu cérebro grita que a culpa disto tudo é minha, mas o coração diz-me que não o posso fazer, iria desiludir demasiadas pessoas. O cérebro quer que eu o faça, o coração diz-me que não. O meu coração acelera está a batalhar contra o meu cérebro, e eu não posso fazer nada para além de assistir. Ambos ganharam vida própria, já não os controlo, não consigo, fugiram completamente do meu controlo. A minha inconsciência luta ao lado do meu coração, sabe o quanto não quero desiludir as pessoas que adoro, não, que amo, ela sabe o que é correto. Não! Não! NÃO!!! Eu não vou ceder! A minha voz ganha força e ecoa pelo meu corpo. A luta pára.
Desta vez o meu coração ganhou, eu consegui resistir. Fui buscar forças às pessoas que amo, ao quanto elas me fazem rir, às vezes em que elas me puseram um sorriso na cara quando uma lágrima teimava em cair. Sinto o meu coração sorrir, apesar da dor que me rebenta no peito, o meu coração ainda consegue sorrir.

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